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Da universidade pública à periferia: aluno da USP cria projeto de reforço escolar

Nas sextas-feiras à noite e nos sábados pela manhã, dezenas de crianças se reúnem em uma chamada do Google Meets para assistir pela internet aulas complementares ao que estão aprendendo na escola. As aulas são divididas em dois grupos: um para estudantes do 6º e do 7º ano, e o outro para o 8º e o 9º ano – turma voltada para o “vestibulinho”, prova para ingressar no ensino médio técnico (ETEC) do Estado de São Paulo ou de institutos federais (IF).

O projeto Da Periferia Para o Mundo oferece aulas de oito disciplinas: Artes, Atualidades, Ciências, Inglês, Geografia, História, Matemática e Português. Cada matéria tem uma hora de aula a cada duas semanas, e na semana posterior são disponibilizados plantões de dúvida. Além disso, também são feitos acompanhamentos individuais sobre os estudos e a perspectiva de vida de cada estudante. Tudo isso de forma gratuita. Os professores, mentores e plantonistas são voluntários e utilizam materiais gratuitos para disponibilizar atividades aos alunos, jovens periféricos do Ensino Fundamental II.

O projeto conta com mais de 40 voluntários, vindos de diferentes unidades da USP, dos cursos de Engenharia Ambiental, Civil, Elétrica, Naval, de Produção, de Materiais e de Minas, também da Arquitetura, do Marketing, da Fonoaudiologia, Lazer e Turismo, de Ciências Contábeis, de Geologia e de Geografia. Mas também existem membros de outras universidades, como a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Mackenzie. Esse encontro e engajamento das pessoas foi possível graças às redes sociais. “Abri as inscrições e divulguei no Instagram e no Facebook, e então um foi chamando o outro. Divulguei entre os meus amigos da faculdade também”, conta Diego Peres, idealizador do projeto.

Diego, de 23 anos, que coordena as atividades de reforço escolar, está no primeiro ano de Engenharia Ambiental na Escola Politécnica (Poli) da USP e é morador de Capão Redondo, bairro no extremo sul da cidade de São Paulo.

Ele conheceu o que era uma universidade pública – no caso, a USP – somente aos 19 anos. Neste momento, soube que seria possível uma pessoa moradora da periferia estudar e crescer na vida a partir da educação. Com o seu projeto, ele quer que outras crianças tenham acesso ao ensino de qualidade e tenham seu horizonte expandido em relação à universidade.

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